Falha. Esta palavra causa calafrios em qualquer gestor de laboratório de análises clínicas. Isso porque os erros neste tipo de negócio são extremamente prejudiciais, não apenas pela questão financeira, por conta do retrabalho, gastos desnecessários, etc., mas, principalmente, porque os laboratórios estão lidando com a saúde de pessoas.
Qualquer falha na realização de um exame pode atrasar a administração de um tratamento ou, até mesmo, levar a conclusões precipitadas sobre o tipo de enfermidade e a intervenção médica a ser realizada.
Visando diminuir estas falhas em exames laboratoriais no Brasil, a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), em parceria com a Controllab – Controle de Qualidade para Laboratórios, desenvolveram um estudo científico inédito e importantíssimo que detalha os erros mais comuns durante a fase pré-analítica em laboratórios de análises clínicas.
Onde ocorrem as falhas na fase pré-analítica?
O artigo Brazilian laboratory indicators benchmarking program: three-year experience on pre-analytical quality indicators, produzido pelos Drs. Wilson Shcolnik, Fernando Berlitz, Cesar Alex de O. Galoro, Vinicius Biasoli, Rafael Lopes, Diogo Jerônimo, Luiza Bottino Balli e Leticia H. Bernardes, indicou que pouco mais de 80% das falhas pré-analíticas estão relacionadas à contaminação de hemoculturas (laboratórios hospitalares e não-hospitalares), exames não registrados e recoletas.
O estudo foi pautado em uma metodologia de benchmarking, onde buscou-se comparar o macroambiente, levando em conta o desempenho e melhores práticas de diferentes laboratórios do país e, até mesmo, outros programas de benchmarking na área de Medicina Laboratorial, como por exemplo do grupo europeu da Federação Internacional de Química Clínica e Medicina Laboratorial (em inglês, IFCC WG LEPS).
Os dados coletados durante o estudo corroboram com a literatura acadêmica, que tem destacado a vulnerabilidade da fase pré-analítica.
Dessa forma, ao comparar a literatura com o benckmarking realizado, foi possível identificar dentro do processo de análise laboratorial as vulnerabilidades, atividades mais críticas e, por consequência, onde o gestor deve focar seus esforços para melhoria contínua, garantindo a segurança do paciente.
Pesquisa levou 3 anos e analisou dados de mais de 180 laboratórios
O estudo realizado coletou a experiência de três anos (2016 a 2018) do Programa de Benchmarking e Indicadores Laboratoriais (PBIL), que é organizado pela Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML) em conjunto com a Controllab e coordenado por um grupo brasileiro com representantes de diversos países.
Segundo o Presidente do Conselho de Ex-Presidentes da SBPC/ML, Dr. Wilson Shcolnik, os dados foram produzidos com a participação ativa de 180 laboratórios e, ao fim, os resultados foram apresentados em porcentagem (%, gráfico de boxplot em quartis) e métrica Sigma, considerada a métrica que indica com melhor assertividade a magnitude das falhas de um processo.
Dr. Wilson ainda explica: “O Gráfico de Pareto foi utilizado para facilitar a ordenação e identificar os principais erros na fase pré-analítica. O Radar Chart foi disponibilizado neste trabalho com o objetivo de comparar os resultados obtidos no Sigma pelo PBIL e IFCC Working Group Laboratory Errors and Patient Safety (WG LEPS)”.
Como prevenir falhas em um laboratório de análises clínicas?
Afinal, agora que se sabe onde ocorrem as maiores falhas no processo analítico, como evitar que isto aconteça?
Boa parte dos erros que acontecem em laboratórios de análises clínicas podem ser solucionados com a adoção de métodos e procedimentos bem definidos e organizados, contando com o suporte de softwares que auxiliem nestas funções.
O gestor deve iniciar um planejamento que defina os indicadores mais importantes para garantir o sucesso do laboratório. Assim, a partir desta organização, iniciar a padronização de processos com ênfase no controle de qualidade.
Apostar em certificações e acreditações garante a padronização, com suporte de órgãos especializados, diminuindo falhas em diversos processos, aumentando assertividade e, claro, a lucratividade do negócio.
É importante também entender como um software LIS pode ajudar a gerenciar um laboratório e garantir mais excelência. O Sistema Scola, por exemplo, possui diversos módulos e funcionalidades que auxiliam nos processos de padronização e organização como a Soroteca e o Scola Qualidade.
A função de Consulta Dinâmica é outro diferencial que permite que o cliente monte junto à equipe de desenvolvimento do software suas consultas personalizadas, desta forma o gestor consegue estar sempre a par dos dados que considera mais importante para o seu laboratório, diminuindo as falhas mais comuns da fase pré-analítica e, claro, garantindo maior eficiência na gestão laboratorial.
Em última análise, toda a prevenção de falhas sempre vem de ferramentas e ações integradas, e não de uma única solução. Pense nisso, e tome suas decisões.